Superação em dose dupla

25 de março - 2015
Por: Equipe Coração & Vida

Thassio Borges

No ano passado, enquanto viajava com a família nos Estados Unidos, o ex-jogador de basquete Oscar Schmidt teve de enfrentar um problema de saúde que quase provocou a sua morte. À época, em tratamento contra um câncer no cérebro, o ex-atleta não imaginava que o principal risco à sua vida estava ligado, na verdade, ao coração.

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Em entrevista ao Coração & Vida, Oscar afirma que aquela foi a primeira vez em que correu risco de morte desde que descobriu o câncer, em 2011. “Com o coração eu fiquei muito mais preocupado”, afirma. “Preocupado entre aspas, porque preocupação eu não tenho muito não”, completa o ex-jogador, esbanjando o bom humor que lhe é característico.

Oscar explica que o tratamento contra o câncer utilizava álcool perílico, uma resina inalada durante 20 minutos, três vezes ao dia. O procedimento provocou arritmia no coração, cujo episódio mais grave aconteceu quando o ex-jogador estava em viagem fora do país.

“Comecei a tossir bastante durante esse tratamento e um dia não consegui colocar mais nada na boca. [No dia da crise], vomitava muito e pedi pra minha filha me levar ao hospital porque eu estava morrendo. Me internaram na hora e fiquei lá por uma semana”, explica. Posteriormente, o ex-atleta voltou ao Brasil e seguiu o tratamento, tendo de ficar internado por mais três semanas.

“Quando acontece isso, você pensa ‘vou morrer daqui a pouco’. Tenho todos os problemas que as pessoas procuram evitar: cabeça e coração. Mas estou bem, só espero que meu médico me tire alguns remédios essa semana”, completa Oscar.

Casos como o de Oscar Schmidt fizeram com que a Medicina se voltasse à Cardio-oncologia, disciplina cujo objetivo é diminuir os efeitos no coração de tratamentos contra o câncer, aumentando inclusive a expectativa de vida dos pacientes.

Coração & Vida tem publicado reportagens especiais sobre o tema, com vídeos e entrevistas com o cardiologista Roberto Kalil Filho, diretor dos centros de Cardiologia do Hospital Sírio-Libanês e do InCor (Instituto do Coração da USP), e Ludhmila Hajjar, coordenadora das UTIs cardiológicas de ambos os hospitais.

Juntamente com o Instituto do Câncer do Estado de São Paulo Octavio Frias de Oliveira (Icesp), as duas instituições criaram um centro de Cardio-oncologia, que busca fomentar pesquisas e avanços na área.

Confira outras reportagens do Especial de Cardio-oncologia:
Como os medicamentos contra o câncer podem afetar o coração?
Uma nova disciplina em defesa da vida

 

Revisão técnica
Prof. Dr. Max Grinberg
Núcleo de Bioética do Instituto do Coração do HCFMUSP
Autor do blog Bioamigo

Foto na Home: Sérgio (Savaman) Savarese

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