Vacina tríplice viral e autismo: qual é a relação?

13 de maio - 2019
Por: Equipe Coração & Vida

Uma pesquisa recente publicada no Annals of Internal Medicine confirmou o que já estava provado: vacinas não causam autismo. “É uma mentira, uma farsa”, explica o pediatra Nelson Douglas Ejzenbaum. “Há anos foi feito um trabalho falso, com dados que se mostraram falsos, mas aí o estrago já estava feito: muita gente começou a relacionar a vacina com o autismo”, explica o médico.

Para entender melhor a história, em 1998 um estudo com dados falsos foi publicado em uma das mais respeitadas revistas médicas do mundo. A pesquisa mostrava – fraudulentamente – que a vacina contra sarampo, rubéola e caxumba (a tríplice viral) era a causadora de autismo em alguns pacientes.

Vacinação não provoca autismo - Foto: Shutterstock
Vacinação não provoca autismo – Foto: Shutterstock

Pouco antes de submeter a pesquisa fraudulenta, o médico havia entrado com um pedido de registro de um imunizante contra sarampo, o que levou os investigadores do caso a perceberem claramente um sério conflito de interesse, pois ele teria acusado a vacina tradicional de provocar autismo e poderia lucrar com a venda do próprio imunizante.

Mesmo com a investigação provando que os dados do estudo haviam sido forjados e a revista se retratando publicamente, muitos acreditaram nessas informações e o movimento antivacina se fortaleceu ainda mais.

Para refutar mais uma vez que a vacinação não provoca autismo, os pesquisadores da Universidade de Copenhague, na Dinamarca, analisaram mais de 650 mil crianças nascidas entre 1999 e 2010, com acompanhamento anual até 2013. Com os dados coletados, concluíram definitivamente que a tríplice viral não tem relação alguma com autismo.

Movimento antivacina é perigoso

Para Ejzenbaum, enquanto houver vacinas, haverá pessoas dizendo que ela não funciona – o que é errado. “Falta muito bom senso. A vacina é uma proteção, e ela não causa autismo”, diz. “Por exemplo: se alguém chega até mim para ser paciente e não quer se vacinar de forma alguma, não vou aceitar essa pessoa como paciente. Não posso me responsabilizar por isso”, conta.

O pediatra reforça que as vacinas diminuem o risco de mortalidade, aumentam a longevidade e a saúde e diminuem o risco de que alguém morra de uma doença vã. A vacina deve sempre chegar antes da doença.

A vacinação, porém, também é coisa de adulto. “Sarampo, caxumba e rubéola, por exemplo, também pode provocar uma forma grave em adultos. Todos têm de estar vacinados e protegidos”, alerta.

Veja abaixo os calendários de vacinação da Sociedade Brasileira de Imunizações e atualize sua carteirinha:

Calendário infantil

Calendário adulto

Calendário da gestante

Calendário do idoso

Revisão técnica
Prof. Dr. Max Grinberg
Núcleo de Bioética do Instituto do Coração do HCFMUSP
Autor do blog Bioamigo

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