Vacinações voltam à mesa de discussões

03 de junho - 2016
Por: Equipe Coração & Vida

Apesar de ser uma prática centenária no ramo da medicina, a vacinação, curiosamente, ainda é capaz de levantar dúvidas. Com o surgimento de novas doenças e a reaparição de outras, acaba sempre aparecendo uma questão aqui, outra ali – tornando a discussão válida e o hábito de se informar sobre vacinas sempre útil.

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Muitas vezes boatos e informações errôneas, transmitidas boca a boca, acabam afastando as pessoas da vacinação, causando temores. Estes temores são, na maioria das vezes, infundados.

Foto: Shutterstock
Foto: Shutterstock

O desenvolvimento de uma vacina leva, em média, cinco anos de intensas pesquisas e testes com muitos indivíduos para poder ser liberada. São monitorados todos os possíveis efeitos colaterais, para minimizá-los e tornar as vacinas seguras.

Segundo a pediatra Maria Zilda de Aquino, coordenadora do Centro de Imunização do Hospital Sírio-Libanês, eventuais eventos adversos, decorrentes da aplicação de uma vacina, são estatisticamente e de forma relevante muito menos nocivos do que a ocorrência da doença que ela previne.

Além disso, qualquer eventual dúvida sobre indicação ou contraindicação de vacinas deve ser levada aos Centros de Saúde ou a Clínicas de Vacinação.

“Eles sempre fazem as perguntas de rotina, sobre alergias e outros impedimentos, ou mostram informações por escrito para  que os indivíduos verifiquem se estão em algum grupo que não pode ser vacinado”, afirma Marta Heloísa Lopes, responsável pelo Centro de Imunizações do Hospital das Clínicas, em São Paulo.

Algumas situações impedem realmente, no momento ou permanentemente, a aplicação de vacinas. Eles se relacionam, na maioria das vezes, com vacinas feitas com vírus vivos atenuados. Por exemplo, as vacinas feitas com germes vivos não devem ser aplicadas na gravidez. Quando necessárias, o ideal é dar um intervalo de pelo menos um mês entre a vacinação e o início da gravidez, para que não haja riscos para o feto.

Ao contrário, as vacinas inativadas, de toxóides ou de partículas virais, por exemplo, são indicadas durante a gravidez para proteger a mãe e o feto.

De uma maneira geral, algumas regras devem ser observadas quando se aplicam as vacinas.

Vacinas são contraindicadas quando há alergia conhecida aos componentes (vale para qualquer vacina):

– alergia ao ovo: Vacina da gripe, Tríplice Viral e Febre Amarela, por exemplo.

– alergia à gelatina: Vacina da gripe, Tríplice Viral, Febre Amarela, Raiva, Varicela e Tríplice Bacteriana, por exemplo.

Deve-se adiar momentaneamente a vacinação quando:

– em vigência ou imediatamente após tratamento com imunossupressores: o médico informa quanto tempo depois de finalizados os tratamentos e superada a doença, se pode voltar a tomar vacinas;

após transfusões sanguíneas ou de hemoderivados: os anticorpos podem neutralizar o efeito vacinal. Neste caso, deve-se aguardar pelo menos seis semanas para retomar as vacinações;

quando há febre alta: para que os sinais e sintomas da doença febril possam ser melhor entendidos e não confundidos com possíveis efeitos adversos da vacina;

Quando a aplicação de vacinas com vírus vivos atenuados não deve ser feita:

em pessoas com Imunodeficiência Adquirida (infecção por HIV e em vigência de imunodepressão, por exemplo);

em pacientes com Neoplasias, em vigência de tratamento oncológico;

durante a gravidez, mesmo quando existe elevado risco de exposição.

Não constituem contraindicações de vacinação:

– Presença de doenças benignas com febre inferior a 38ºC, tais como diarreia e infecções respiratórias;
– Presença de doenças crônicas cardiovasculares, pulmonares, renais e hepáticas, além de diabetes;
– Doenças de pele ou infecções cutâneas leves e localizadas;
– Reações localizadas, leves ou moderadas, após vacinação anterior;
– Tratamento com antibióticos e esteroides tópicos;
– Antecedentes familiares e pessoais de outras alergias a medicamentos ou atopia;
– Prematuridade e baixo peso ao nascer;
– Aleitamento materno.

Revisão técnica
Prof. Dr. Max Grinberg
Núcleo de Bioética do Instituto do Coração do HCFMUSP
Autor do blog Bioamigo

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