Vai viajar? Não se esqueça de tomar a vacina contra a febre amarela
Com a febre amarela não dá para brincar, afinal, é uma doença que pode ser grave e levar à morte até 40% das pessoas. A boa notícia é que é de fácil prevenção, pois há vacina eficaz que protege contra o problema. Nas férias de verão, porém, quem ainda não se vacinou precisa ficar mais atento e não deixar de procurar um posto de saúde para se imunizar.
A infectologista do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, Rosana Richtmann, explica que, apesar de a situação atual estar melhor do que a do verão de 2017 – em que se via muitos casos e até mesmo óbitos por causa da febre amarela – não dá para baixar a guarda.
Erra quem pensa que o vírus parou de circular. De acordo com a infectologista, o número de casos diminuiu porque muitos se vacinaram – principalmente em São Paulo – e os macacos que sobreviveram à febre amarela já estão imunes ao vírus.
“Imaginamos agora que nos lugares em que o vírus passou com maior intensidade, praticamente não passará novamente”, explica. O problema é que há muitos lugares em que o vírus ainda não circulou – como nas praias.
Férias no litoral norte? Cuidado
Quem vai passar as férias em praias rodeadas de mata atlântica deve se vacinar 10 dias antes da viagem, tempo necessário para a vacina oferecer proteção efetiva.
“As chuvas, o calor e o deslocamento das pessoas por dentro das matas aumenta muito mais no verão, e é um terreno propício para aumentar os vírus e a contaminação humana”, explica a infectologista.
“A vigilância continua e a observação dos macacos também. Os macacos são sentinelas, são um aviso de que está havendo uma circulação de vírus. Eles praticamente nos salvam, pois são as primeiras vítimas”.
Vacinação para crianças e adultos
A vacina contra febre amarela está liberada a partir de nove meses de idade. No entanto, para esses bebês, é possível que precisem de uma segunda dose aos dois ou cinco anos de idade.
“As crianças menores de dois anos têm uma tendência a responder à vacina um pouco pior do que adultos, por isso discute-se uma segunda dose”, explica Rosana. Para adultos, basta uma dose ao longo da vida.
Leia também: Os idosos e a febre amarela
Revisão técnica
Prof. Dr. Max Grinberg
Núcleo de Bioética do Instituto do Coração do HCFMUSP
Autor do blog Bioamigo