Você no controle da sua autoestima

20 de julho - 2017
Por: Equipe Coração & Vida

Às vezes, é uma fase. Uma fase cruel e que, se demora a passar, compromete bastante a qualidade de vida de um ser humano. A autoestima não é exatamente uma condição de doença mental, como a depressão, e não tem um fator genético; mas aprender a lidar com ela é importante em qualquer fase da vida.

Trabalhar na apreciação de si mesmo, se colocando de um modo confiante frente aos desafios da vida, é algo importantíssimo – ainda que nem sempre seja fácil para muita gente que, por exemplo, não cresceu com esse estímulo.

Foto: Shutterstock
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“O mecanismo inicial da autoestima vem de fora para dentro, porque toda voz interior parte de uma voz exterior. Então, crescer ouvindo que o que você faz tem valor ajuda muito a desenvolver a capacidade de dizer isso para si mesmo”, explica o psicólogo Flávio Voight, sócio-fundador da Oriente Psicólogos Associados, em Curitiba (PR).

Mas pessoas que se convencem de não serem bonitas, inteligentes, atraentes, competentes ou agradáveis ficam em constante luta com a rotina, trazendo preocupação e infelicidade – e, não raro, afetando a saúde física.

“A falta de autoestima não é uma doença em si, mas é um fator de risco e um componente de vários transtornos mentais, como a depressão. Pensamentos autodepreciativos são parte do diagnóstico diferencial”, completa Voight.

Ele acrescenta que, quando não se tem essa experiência desde a infância, ainda assim o indivíduo pode “ensinar a si mesmo a falar dessa maneira” – até que o pensamento positivo, essa consideração sobre si, vire algo natural.

Algumas mudanças de hábito podem ser de grande ajuda para elevar a autoestima. O psicólogo Flávio Voight elencou algumas delas junto com o Coração & Vida para proporcionar um fortalecimento a quem quer e precisa melhorar a confiança em si mesmo.

1 – Se arrumar e vestir bem

Algumas pesquisas indicam que a roupa utilizada pode ter efeito nos processos mentais de um indivíduo – como um estudo conduzido por dois professores da Universidade Northwestern, nos Estados Unidos, que identificou ligação entre profissionais que se sentem mais reconhecidos e mais bem-sucedidos ao vestir suas roupas favoritas. Pessoas usando aquilo em se sentem mais bonitas tendem a se avaliar como mais inteligentes e mais confiantes. Além disso, o ritual de se arrumar ajuda a se sentir bem simplesmente por separar um tempo do dia só para destacar aquilo que uma pessoa gosta em si.

2 – Pensar positivo, evitar a negatividade

Serve como um exercício para treinar o cérebro: buscar continuamente encontrar coisas que gostamos em nós mesmos ajuda a manter o pensamento voltado automaticamente para coisas valorosas sobre si, em vez de ir automaticamente para a autocrítica. Aos poucos, isso se reflete nas decisões do nosso dia a dia.

3 – Ser generoso consigo e com os outros

Alguns estudos ligam o ato de agir generosamente com níveis menores de cortisol, um hormônio relacionado ao estresse. Recentemente, o jornal médico britânico BMC Public Health compilou 40 estudos que ligaram o voluntariado ao aumento da saúde geral e à felicidade dos indivíduos. Ser generoso e ser voluntário também mostrou ótima atuação no combate à depressão e na capacidade de diminuir o risco de morte prematura.

4 – Tentar se conhecer cada vez melhor

Se conhecer melhor ajuda a apropriar-se do destino: sabendo bem o que se deseja e o que lhe faz bem, uma pessoa tende a tomar decisões mais apropriadas. Inúmeros estudos ligam fazer psicoterapia, por exemplo, com níveis maiores de satisfação pessoal.

5 – Traçar objetivos fáceis, depois maiores

Traçar objetivos menores e mais fáceis de alcançar pode aumentar a sensação de satisfação do cérebro ao completar uma tarefa. A cada pequena conquista, uma sensação positiva recompensa o cérebro e o estimula a manter o trabalho. Além disso, tarefas menores tendem a intimidar menos e evitar a procrastinação.

6 – Fazer exercícios físicos

Além dos benefícios para a autoestima, fazer exercícios – mesmo os mais simples – pode elevar a produção de endorfina, um hormônio relacionado à felicidade. Alguns estudos comparam a eficácia de fazer exercícios físicos com a de tomar medicamentos antidepressivos (e resultados semelhantes).

7 – Arrumar a casa e a mesa de trabalho

Fazer atividades que lhe fazem se sentir no controle da própria vida tendem a aumentar a sensação de satisfação pessoal, além de aumentar o próprio comprometimento com as tarefas executadas.

8 – Estar perto de gente que eleva o moral

Pessoas tendem a responder melhor a situações difíceis quando estão cercadas de amigos. Estudos mostram que pessoas com mais contato com amigos tem menos risco de desenvolver câncer de mama e doenças coronárias, por exemplo.

9 – Falar com calma, saber ouvir, buscar relaxar

Não levar a vida tão a sério ajuda a manter os níveis de ansiedade mais baixos. Buscar olhar os próprios problemas como quem vê de fora (e pensar na importância que eles terão dali um ano) pode ajudar a acalmar os ânimos em um momento de pressão. Isso nos deixa menos na defensiva e nos permite uma comunicação com mais clareza.

10 – Estabelecer limites e princípios e ser firme com eles

Manter um senso forte de si é muito importante para não se perder sob pressão: é bom fazer algo pelos outros, mas é importante saber até onde se faz isso com conforto. Assim, a generosidade deixa de ser um peso e você não exagera no quanto dá de si.

Revisão técnica
Prof. Dr. Max Grinberg
Núcleo de Bioética do Instituto do Coração do HCFMUSP
Autor do blog Bioamigo

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